Ato pela reabertura da FAFEN-PR reúne cerca de 2 mil pessoas em Araucária; Fiep se soma à reivindicação
A reinvindicação pela reabertura da FAFEN-PR (Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná), em Araucária, mobilizou cerca de 2 mil pessoas na manhã desta sexta-feira, dia 15, em ato realizado em frente à unidade.
A manifestação reuniu trabalhadores e representantes de três sindicatos: Sindipetro-PR/SC, Sindiquímica e Sindimont, que pedem para a Petrobras agilidade na retomada das atividades da fábrica. A unidade deixou de funcionar em 2020, durante o governo Bolsonaro.
O presidente Lula já sinalizou que é favorável à reabertura. A cobrança é para que a empresa dê andamento ao processo, iniciando a desibernação e recontratando os trabalhadores demitidos.
Logo após o ato, aconteceu uma reunião entre os sindicatos e uma comitiva da Fiep (Federação das Indústrias do Estado do Paraná). O objetivo do encontro, organizado pelos mandatos da deputada estadual Ana Júlia Ribeiro e da deputada federal Gleisi Hoffmann, ambas do PT, foi mostrar à entidade a importância do projeto para que haja apoio institucional à retomada.
Previamente, a FIEP se mostra a favor da reabertura urgente da FAFEN-PR, pois entende que isso vai impactar no mercado de trabalho, inovação e desenvolvimento regional.
“O apoio da Fiep é muito importante. Esperamos que olhem o que está acontecendo e vejam como a reabertura é importante para alavancar a indústria e o desenvolvimento do estado. A expectativa é que a Fiep seja protagonista dessa pauta, pois estamos falando de uma região industrial e estratégica”, afirmou Ana Júlia, durante a reunião.
Empregos
A reabertura deve gerar 5 mil empregos diretos e indiretos, com investimentos na casa dos R$ 800 milhões para voltar a operar. “Defendemos a contratação das milhares de pessoas que tiveram seu emprego roubado de forma covarde, sem justificativa”, disse a deputada Ana Júlia.
De acordo com a deputada, a reativação é importante para a soberania nacional, pois os fertilizantes e nitrogenados contribuem para a produção de alimentos, colocando comida na mesa das pessoas. “Enquanto a fábrica estiver parada, o país está desperdiçando recursos e uma estrutura gigantesca. Afinal, a construção dessa unidade saiu do nosso bolso e de incentivos do estado”.
Pesquisa e Inovação
Além da geração de empregos e do estímulo à agricultura, a reabertura deve contribuir para o desenvolvimento de Araucária e RMC (Região Metropolitana de Curitiba) na pesquisa e inovação.
Nesta semana, o presidente Lula anunciou a instalação de um campus do IFPR (Instituto Federal do Paraná) no município, após articulação das deputadas Ana Júlia e da deputada federal Gleisi Hoffmann. A unidade deve ter cursos que dialoguem com a cadeia produtiva local, aproveitando o potencial produtivo. “A instalação do IFPR impulsionará um polo de pesquisa. O potencial é enorme, pois a região conta também com uma refinaria da Petrobrás – a Repar --, além de outras indústrias de grande porte”, destaca Ana Júlia.
Agropecuária
A reabertura beneficiará o setor agropecuário, diminuindo a dependência de produtos importados da Europa e Ásia e reduzindo a pressão sobre os preços provocada pela guerra entre Rússia e Ucrânia.
Antes da paralisação, a FAFEN-PR produzia parte significativa da ureia e amônia do mercado brasileiro, matérias-primas utilizadas na fabricação de fertilizantes. Com a redução do custo de produção a partir da maior disponibilidade de produtos nacionais, espera-se que haja diminuição também no preço dos alimentos.
FOTO: Ato aconteceu nesta sexta-feira, em frente à FAFEN-PR, em Araucária
Crédito: Lucas Carrera
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